Phonospermia

A ideia de que algo transcendente nos une acompanha-nos permanentemente enquanto espécie. Inevitavelmente, tentamos atribuir significados e explicações para aquilo que vemos, mas também para aquilo que não vemos e desconhecemos. E porque todo o conhecimento científico se circunscreve aos limites de um determinado tempo e espaço, refugiamo-nos muitas vezes na imaginação para construir identidades, folclores e mitologias que podem ter tanto de poético como de literalmente realista ou irrealista. Ainda não sabemos o que nos une, nem a razão pela qual estamos aqui. Talvez se o descobríssemos já não estivéssemos cá e por isso resta-nos apenas a imaginação. E nada mais imaginário e poderoso do que som, essa matéria invisível que nos percorre constantemente e sobre a qual nos unimos.

Clara Saleiro, flauta
Angélica Salvi, harpa
Gustavo Costa, percussão e objectos
Henrique Fernandes, objectos
Tiago Ângelo, electrónica
Produção Sonoscopia
Fotografias por Rui Pinheiro